martes, abril 12

Descaso com a educação especial

Sei que estou em falta com as pessoas que aqui se encontram, pois prometi que a próxima postagem seria sobre a influência do nosso psicológico em nosso corpo; mas como pedagoga graduada pelo INES e por ter um foco maior com a educação especial, não posso me calar diante do que vem acontecendo.

Não sei se é conhecimento de todos, mas a dita "inclusão" feita pelo MEC e por muitos Governos Estaduais e Municipais é precária, pois não atende às necessidades específicas/educacionais dos surdos e deficientes visuais. E como se não bastasse o não cumprimento do Estado quanto ao oferecimento de ensino público de qualidade para todos e isso, obviamente, inclui ensino de qualidade aos alunos com peculiaridades auditivas, visuais etc; além da péssima educação dada aos alunos ditos "sem problemas, normais etc"; querer fechar as portas de dois Institutos Centenários como o INES e IBC. Pois alegam segregação entre outras coisas.

Balela! pois segregação é o que essa sociedade hipócrita faz. Quem de vocês/quantos de nós brasileiros sabemos LiBRAS (Língua Brasileira de Sinais)? Sabem/conhecem Braille?
Inclusão sem integrração e vice-versa sem respeito e compreensão pelo "desconhecido", pela especificidade alheia é hipocrisia e falta de ética.

"Na internet, há vídeos, manifestos e abaixo-assinados contra o fim do ensino básico nas duas instituições. De acordo com a diretora-geral do Ines, Solange Rocha, a diretora de Políticas Educacionais Especiais do Ministério da Educação, Martinha Claret, veio ao Rio há 12 dias para informar que as atividades do Colégio de Aplicação vão acabar até o fim do ano. A intenção é matricular os alunos portadores de necessidades especiais nas redes estadual e municipal convencionais.

- A diretora Martinha foi bem categórica (quanto ao fechamento do Colégio de Aplicação). Mas não estamos em embate com o MEC, e sim em período de negociação. E estamos otimistas. Queremos esclarecer que, para a política de inclusão, o Colégio de Aplicação é fundamental, pois é nele que são formados os professores e elaborado o material pedagógico especializado que vão orientar o ensino em todo o país - diz Solange, que, em maio, levará um parecer oficial ao MEC, com propostas para não fechar o Colégio de Aplicação do Ines

Diretora: sistema está despreparado

No ano passado, em reportagem publicada na revista da Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos (Feneis), há uma declaração atribuída a Martinha em que ela explica ser a favor de uma política de inclusão dos alunos com necessidades especiais na rede convencional. Diz também que colégios como o de Aplicação do Ines são segregacionistas: "As pessoas não podem ser agrupadas em escolas para surdos porque são surdas". A diretora do Ines, por sua vez, argumenta que não há contradição entre a política de inclusão e a existência do Colégio de Aplicação.

- Não somos contra a política de inclusão. Mas o sistema de ensino no país se mostra despreparado para lidar inclusive com os (alunos) ouvintes - diz Solange.

O Ministério da Educação negou ao GLOBO haver uma ação oficial em relação ao Ines ou ao Instituto Benjamin Constant. Disse ainda que, enquanto não houver "algum plano sólido para a reformulação (da educação especial), não há informações para passar". 

A diretora de Políticas Educacionais da Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos (Feneis), Patrícia Luiza Rezende, coordenadora do ensino de Libras na Universidade Federal de Santa Catarina, é contra o fechamento do Colégio de Aplicação do Ines. "O discurso do MEC acusa as escolas de surdos de serem segregacionistas", disse a professora, que é surda, em e-mail ao GLOBO. "Isso é uma falácia. 

A maioria dos pesquisadores da área defende que reunir surdos numa mesma escola ou sala de aula não significa separá-los do mundo ou torná-los mais dependentes. Ao contrário, os ambientes que favorecem a vivência de uma língua de maneira espontânea fazem com que os sujeitos se tornem mais autônomos", concluiu. 

O futuro do Instituto Benjamin Constant e do Ines será tema de uma audiência pública amanhã, às 14h, na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O presidente da Comissão de Portadores de Deficiência Física, Márcio Pacheco (PSC), é a favor da política de inclusão, mas contra o fechamento das escolas:

- Sou a favor da inclusão híbrida, de apoio às escolas municipais e ao funcionamento das unidades especializadas, pois estas são formadoras de professores que poderão atuar depois na rede convencional.

A Secretaria municipal de Educação informou, por meio de nota, que não foi contactada sobre um eventual fechamento do Instituto Nacional de Educação de Surdos e do Instituto Benjamin Constant. O órgão disse ainda que conta com 9.923 alunos portadores de necessidades especiais, sendo 4.508 incluídos em classes regulares. De acordo com a política da secretaria, estudantes com deficiências são incluídos em salas regulares se este for o desejo dos pais. Caso contrário, são encaminhados a salas ou escolas especiais.


Fonte:
Jornal O Globo

 

domingo, abril 3

Audioteca Sal e Luz

Venho divulgar o trabalho maravilhoso que é realizado 

na Audioteca Sal e Luz e que corre o risco de acabar.
A Audioteca Sal e Luz é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos,
que produz e empresta livros falados (audiolivros).

Mas o que é isto?

São livros que alcançam cegos e deficientes visuais (inclusive os com
dificuldade de visão pela idade avançada), de forma totalmente gratuita.

Seu acervo conta com mais de 2.700 títulos que vão desde literatura em
geral, passando por textos religiosos até textos e provas corrigidas
voltadas para concursos públicos em geral. São emprestados sob a forma de
fita K7, CD ou MP3.

Nos ajude divulgando!!!

Se você conhece algum cego ou deficiente visual, fale do nosso trabalho,
DIVULGUE!!!
Para ter acesso ao nosso acervo, basta se associar na nossa sede, que fica
situada à Rua Primeiro de Março, 125 - Centro. RJ. Não precisa ser morador
do Rio de Janeiro.

A outra opção foi uma alternativa que se criou, face à dificuldade de
locomoção dos deficientes na nossa cidade.
Eles podem solicitar o livro pelo telefone, escolhendo o título pelo site, e
enviaremos gratuitamente pelos Correios.


A nossa maior preocupação reside no fato que, apesar do governo estar
ajudando imensamente, é preciso apresentar resultados. Precisamos atingir um
número significativo de associados, que realmente contemplem o trabalho,
senão ele irá se extinguir e os deficientes não poderão desfrutar da magia
da leitura.


Só quem tem o prazer na leitura, sabe dizer que é impossível imaginar o
mundo sem os livros...

Ajudem-nos. Divulguem!