sábado, junio 28

Luz e buquê de flores para esquecer

Sim, eu quero amor! Quero namorar!!!  No tempo certo, quando tiver que ser. Sem pressa! Quero viver o hoje e pensar somente no hoje junto daquele alguém que, enfim, entenderá os meus devaneios, os meus gritos em silêncio, as minhas carências e necessidades morais. Quero alguém que me assuma e que não denomine com palavras algo que elas não podem expressar. Alguém imperfeito mas que comigo se esforce a ser digno, leal, honesto, paciente e verdadeiro. Que adore dormir comigo e que sinta saudade mesmo sabendo que a impermanência nos rege. Que viva intensamente sem expectativa do porvir. Mas que me procure do Outro Lado. Que fuja comigo dos padrões hipócritas, das regras impostas insensatamente, mas que viva complacidamente de acordo com as leis divinas.


Eu me perdoo por ter sido idiota. Por ter agredido o meu corpo físico e espiritual.

Sinto dor! Dor e raiva! mas a raiva tem ido embora. A dor tem persistido um pouquinho mais. Não quero mais gritar. Prefiro ficar quietinha e esperar o virar da página. Não é fácil, mas estou resoluta, pois sei que faço o que é certo, ademais, ninguém disse que seria. É o caminho do qual o Mestre dos mestres iluminou para mim (tem iluminado para mim).

domingo, junio 15

Meu espírito anseia tanto... 15/06/14

"Entretanto, que alívio, que deliciosa alegria então experimenta, sentindo quebrada a pesada cadeia que a retinha à Terra, podendo abraçar a imensidão, mergulhar no espaço sem limites, librar-se além dos mundos! Não mais tem um corpo enfermo, sofredor e pesado como uma barra de chumbo; não mais terá fardo material para arrastar penosamente. Desembaraçada de suas cadeias, entra a irradiar e embriaga-se de espaço e de liberdade. A fealdade terrena e a decrepitude deram lugar a um corpo fluídico de aparência grandiosa e de formas ideais, diáfano e brilhante. Aí encontra aqueles a quem amou na Terra, que a precederam na nova vida e agora parecem esperá-la. Então, comunica-se livremente com todos, suas expansões são repletas de felicidade, embora ainda um pouco anuviadas por tristes reminiscências da Terra e pela comparação da hora presente com um passado cheio de lágrimas. Outros espíritos que perdera de vista em sua última encarnação, mas que se tinham tornado seus afeiçoados por provas suportadas em comum no decurso das idades, vêm também juntar-se aos primeiros. Todos os que compartilharam seus bons ou maus dias, todos os que com ela se engradeceram, lutaram, choraram e sofreram correrão ao seu encontro, e sua memória, despertando-se desde então, ocasionará explosões de felicidade e venturas que a pena não sabe descrever."

"Uma mágoa não é motivo para outra mágoa. Uma lágrima não é motivo para outra lágrima. Uma dor não é motivo para outra dor. Só o riso, o amor e o prazer merecem revanche. O resto, mais que perda de tempo… é perda de vida." - Li estas palavras, do irmão Chico Xavier, ontem enquanto estava na Livraria Cultura, e comecei a me sentir realmente melhor. Aí para finalizar o meu dia e corroborar com o que pensará, o que refletira e aprendera com o último sucedido, li o trecho acima que encontra-se na página 219 do livro Depois da Morte, de Léon Denis.
Perdoar nem sempre é fácil, mas é necessário e depois que restabelecemos a serenidade, percebemos que o perdão verdadeiro nos faz muito bem. Não esquecemos o ocorrido, mas não mais sentimos dor. As ofensas escutadas ou lidas não nos atingem, pois não as aceitamos para nós. A vida segue e nós devemos estar seguros das escolhas que fazemos.

miércoles, junio 11

Que lindo!

Rio, 05/06/2014

            Há alguns dias soube do retorno da minha médica (Neurologista), que, graças a Deus, voltara da longa licença médica da qual necessitou para melhor cuidar da sua mãezinha enferma.
            Bom, por ser minha médica, amiga e psicóloga (já há um bom tempinho) conversamos  por longos minutos (também a fim de matarmos a saudade) e por ela ser homeopata, também, atualizou prontamente os meus remédios de acordo com o novo sintoma.
            Há uma semana, estou tomando os remédios (milagrosos) que a Dra. Célia passou e apesar do pouquíssimo tempo já sinto mudanças benéficas. Minha cabeça tem tremido menos. Sinto-me mais segura e confiante. Minha serenidade voltou e logo voltarei a praticar Tai Chi – o yoga é minha vida,mas para mim tem que juntar as duas práticas, pois a ausência de uma delas faz com que eu me sinta incompleta. Aí para completar a minha alegria, Deus me dá a benção de não tremer a cabeça enquanto fazia a sobrancelha hoje cedinho, antes de trabalhar. Que contentamento inefável senti por algo tão pequeno.



domingo, junio 1

Aspectos Educacionais sobre a surdocegueira

Sábado, 17/05
No curso do IBC a professora nos fez ter a vivência de ser cegos – digo, cegas, pois só há mulheres na turma – com algum resquício auditivo, visto que o tampam não impedia totalmente o sentido auditivo.
Obviamente no início foi angustiante tal “vivência”, pois eu me senti caminhando para o nada. Que sensação!!! Foi tudo muito intenso, embora eu não estivesse com os outros sentidos tão apurados quanto o deficiente visual, por exemplo, ou mesmo um surdocego que tem o seu olfato preservado (alguns nem o olfato). 
Cada quebra-mola (lombada) era uma montanha-russa... A escuridão era ainda mais terrível – descrevo isso porque o salão do IBC além de demasiado grande é pouco luminoso –, mas logo depois quando saímos do room – minha guia e eu – senti a luz do sol ainda mais vibrante e até tive a sensação de largar minha colega de turma (minha guia) para ir em direção ao astro rei. As árvores, as plantinhas eram como carícias.
Não tive como remeter à experiência que tive com o professor Nando do Rompendo Barreiras. Todavia, a diferença era que com o Nando (quando fiz o curso de braille) era somente cega e minha audição ficou hiper apurada, pois estávamos na UERJ e fomos até o salão do andar, onde fica a lanchonete e os elevadores, e no momento a universidade estava bem cheia, bom, pelo que ouvi.
Concluo deixando aqui registrado que tal experiência foi muito valida, pois pude viver/sentir um pouquinho o que o sujeito surdocego vive/sente. Confesso que me sinto temerosa com tal trabalho, mas me alegro demais a cada semana, a cada conhecimento adquirido.


No dia 31 de maio tive meu primeiro contato com uma pessoa surdacega, pois a professora convidou um voluntário do Instituto para contar-nos sua experiência, falar um pouco de si. Confesso que mesmo sendo um adulto fiquei muito envergonhada e temerosa de me aproximar. Mas eu creio que passado o medo conheci alguém que eu espero tornar-se meu amigo. O André ficou surdo já há alguns anos e ainda tem resquícios visuais, embora a sua cegueira noturna (ou seja, quando não há claridade) e eu sinto que por termos idades próximas e gostos semelhantes, podemos ser amigos e assim eu posso com ele entrar "nesse mundo" que tanto me instiga.