jueves, marzo 19

Ayurveda e eu

Nada é realmente por acaso e tudo, tudinho, tem a sua hora, o momento certo. A Dan (Danúsia, minha linda professora de yoga) já havia me orientado o tratamento com a medicina ayurveda, mas no momento não dei importância. Foi assim com a acupuntura.
Aí certo dia, uma amiga do trabalho veio até mim e de repente no meio da conversa de yoga e vegetarianismo, veio à tona a medicina ayurveda. Então surgiu o nome Laura Pires e... boom! Desde então apaixonei-me pela Laura, e de certa maneira também pelo ex-marido dela, pois foi o Marcus quem no começo a ajudou a encontrar-se.
Para surpresa de muitos, a Ayurveda não é uma medicina mística ou apenas alternativa, e sim uma medicina reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como ciência eficaz no tratamento e prevenção de doenças. Em alguns países é a medicina oficial. Na Índia existe mais de 100 faculdades de Ayurveda, a maioria financiada pelo governo do país, havendo também instituições particulares. Todas as instituições seguem um programa de cinco anos de duração e é preciso passar por uma rigorosa avaliação a fim de se receber o honroso título de B.A.M.S. (Bachelor in Ayurvedic Medicine and Surgery).  Há ainda outros títulos referentes às áreas de pesquisa e filosofia. Logo, podemos seguramente afirmar que a Ayurveda é um sistema de saúde organizado e muito bem estruturado, para prevenção e tratamento de problemas de saúde.
Ao comentar com a Dan sobre a minha nova descoberta e pesquisa ela disse que eu deveria me tratar com a própria Laura e não com outro(a) terapeuta. Pois bem, se for acessível tratar-me com ela... que seja feita a vontade do meu Paizinho.
Eu tinha a visão distorcida e preconceituosa de que gastaria muitíssimo mensalmente no tratamento com a medicina ayurvédica, entretanto soube há pouco que a dieta não necessita ser feita todos os dias da semana, tampouco o tratamento é mensal. Você pode seguir a dieta cinco dias da semana, por exemplo, e o encontro com o terapeuta varia de 3 em 3 meses etc.
A Ayurveda, palavra em Sânscrito que significa a “Ciência da vida”, é um dos sistemas mais antigos e completos do mundo que se dedica a saúde.
Nossa dieta é um fator essencial para a formação e funcionamento do nosso corpo.
Infeliz no meu atual trabalho e triste pelo fato de não poder fazer acompanhamento com a Dra. Alice (a psicóloga), mas agradecida por poder participar das reuniões da Ataxia Rio e por estar empregada. Apesar de quaisquer incômodos e frustrações, sou feliz pelas amizades que fiz e pela experiência adquirida. Sei que estou aprendendo a ter paciência e a ser mais humilde, bem como a fortalecer ainda mais minha fé e a ter esperança em mim mesma. Nem as palavras ora ainda ofensivas que ouço da minha mãe ao dizer estupidamente que “abandonei” loucamente aquele ex-trabalho do qual tanto me fez mal no último ano me afetam negativamente como antes. Ter dinheiro para cuidar melhor da minha saúde e continuar estudando, bem como poder ajudar financeiramente a quem posso fazem com que o meu sofrimento tenha sentido. Afinal, estou empregada enquanto muitos companheiros estão fora desse hipócrita mercado de trabalho.
Há alguns dias percebi que aquele meu santo remedinho estava prestes a acabar e de pronto me desesperei. Confesso que medo senti. Até quis chorar e quietinha em silêncio chorei até compreender que precisava parar e me acalmar. Cadê o aprendizado a partir das leituras sobre a filosofia budista e a minha fé espírita? Aí então o Rapha me lembrou de respirar de forma direcionada e de que eu posso controlar o meu corpo físico (a mente controla o corpo), sendo assim, lembrei daquela respiração que a Dan me ensinou. Daí o tremor na cabeça parou, ou diminuiu muito significativamente (exceto quando me estresso com o namorado).
Segundo a milenar medicina ayurvédica: “Sem uma boa alimentação nenhum remédio faz efeito, com uma boa alimentação nenhum remédio é necessário”.
Embora consciente dos sintomas e das limitações que por vezes diminuem ou mesmo desaparecem, sou realista e observo com cuidado e atenção o progredir da degeneração – mesmo sentindo que a doença estagnou novamente. Não me imagino sem o tratamento com a acupuntura, por exemplo. A cabeça pode até ter voltado a tremer, mas diminuiu considerável e visivelmente também. Ah! Sei que tendo a me sentir mais cansada, fadigada, mas nisso também o yoga vem me beneficiando. Permaneço nos asanas de acordo com o meu limite, mas aos poucos tento recuperar o tempo que o meu karma levou (tenta levar consigo). O meu equilíbrio melhorou perceptivelmente.
“Tentar conviver com a enfermidade é bem mais saudável do que uma atitude prejudicial ao nosso bem-estar, como negar a realidade ou ter falsas esperanças em nosso poder de recuperação”. (A Essência do Budismo, pág.57)
Logo a lagarta aprenderia a voar como uma borboleta, passando a ver o mundo sob uma nova perspectiva, enxergando de cima o chão onde antes rastejava. Foi preciso sentir as dores do corpo e da alma, passar por um recolhimento, cuidar da minha mente, do meu espírito, para ver outras possibilidades e oportunidades, vislumbrar uma nova realidade. Nem melhor, nem pior, apenas diferente, mais consciente do meu ser, da minha existência, da vida em si.
Extraído do Livro : O Sabor da Harmonia – Receitas Ayurvédicas para o bem-estar –  Editora Rocco

Ao longo deste processo, tornei-me extremamente vigilante e rigorosa em relação às minhas atitudes e ao meu comportamento, prestando atenção à respiração, aos exercícios e à dieta. Eu, que antes não me interessava muito com a cozinha, acabei me apaixonando pelo ato de cozinhar. No início, passava praticamente o dia todo preparando minha comida, me organizando e me entendendo com os utensílios de cozinha. Passei a entender que aquilo que comemos, o modo como preparamos e ingerimos nossos alimentos afetam de maneira profunda a natureza das células, o funcionamento dos órgãos, assim como nosso estado mental, nosso comportamento e nossas reações à vida e aos acontecimentos.
Extraído do Livro : O Sabor da Harmonia – Receitas Ayurvédicas para o bem-estar –  Editora Rocco
E nesta vida nada é por acaso, tudo tem um porquê. E o momento presente é o melhor momento, sempre.
“Tentando cultivar pensamentos mais positivos, gradualmente poderemos adquirir uma perspectiva mais positiva, o que terá um impacto mais positivo sobre os outros. (A Essência do Budismo. Pág. 48)
Querida Laura,
Somente há poucos dias soube da sua existência e da sua história. Tão logo pesquisei mais sobre vc apaixonei-me e me apaixono por ti a cada dia.
Tenho uma síndrome (tb rara) denominada ataxia cerebelar (ou seja, meu cerebelo é atrofiado e a doença é degenerativa). Faço yoga, tai chi chuan, acupuntura - que me ajudam demasiadamente, pois apesar da doença estar estacionada, vira e mexe surge um sintoma, como a me lembrar que nada nesse mundo é mais importante que a minha saúde, meu bem-estar -, e logo pretendo iniciar o meu tratamento personalizado com vc.
Fica o aprendizado, não Laura? Até o sofrimento tem sentido...

Vc é linda (por dentro e por fora), me inspira e ensina. Obg por tudo!

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