viernes, diciembre 16

Confesso

Esta semana o meu amigo e fonoaudiólogo disse que eu aparento ter o tipo S3, acho, de Ataxia Cerebelar, ou seja, a mais comum, Machado-Joseph. Confesso que desde então, ultimamente, movida pela curiosidade, procurei saber sobre tal tipo da característica que possuo. Embora admita pouco conhecer sobre, e até nem prefira conhecer muito. Alguns podem dizer que é por medo e por falta de responsabilidade, mas não me considero irresponsável, até porque mais do que ninguém, prezo pela minha saúde. E, talvez, provavelmente, por estimar minha boa saúde mental, não só a física; visto acreditar no quanto o psicológico influencia nosso físico, e que há muita discussão em tom de revolta melancólica e baixa auto-estima nos meus colegas também atáxicos, – o que é compreensível pelo quadro que enfrentam – busco não me sintonizar nessa energia densa que creio ser ainda mais prejudicial.
Não cabe a mim dizer aqui o que é Ataxia etc, mas o que me “moveu” a vir escrever sobre, dando a minha opinião, relato e experiência; quero mais uma vez ressaltar o quanto o nosso psicológico interfere e influencia visivelmente o nosso quadro físico. - Meus médicos dizem que sou exemplo e creio que isso é devido ao meu humor, fé e complacência. - Sei que ainda não há cura para nenhum tipo dessa enfermidade, e acreditem, sei o quanto é complicado e triste nos vermos, de repente, tão limitados e dependentes, mas a verdadeira fé é inabalável. Portanto, ânimo, meus colegas. O mundo não acabou! Há tanta tristeza e dor neste mundo. Olhemos para os lados; vamos ajudar o próximo, pois ajudando estamos nos ajudando também.
Tenhamos resignação e paciência, queridos companheiros.

Sei que cada caso é único, mas às vezes me pergunto o porquê estou tão bem em comparação aos demais com a mesma característica. Várias coisas passam pela minha cabeça, mas sempre acabo envolta na questão principal de ter feito este blog. Meu amigo, já citado, e a minha médica neurologista, dizem que o fato de estar com o meu quadro clínico estacionado há alguns anos, embora a doença seja degenerativa, progressiva, é devido ao meu alto-astral e vida social ativa que levo. Inclusive, ao fato de não me considerar doente, tampouco lembrar toda hora e/ou me limitar pelo fato de ter a Ataxia. É lógico que tenho consciência das minhas limitações físicas por conta da característica, mas nada me impedirá nunca de ser quem sou e fazer o que faço. Digo, sei, por exemplo, que não consigo descascar com a faca manga, maça etc e NADA me priva de dormir, pois sei que a fadiga nos é mortal; mas saio, danço, namoro, estudo, estudo e estudo, faço trabalhos voluntários etc. Até tiro onda com a minha fala disártrica. rs Fala sério, gente! Eu sou super feliz, pois sou filha de Deus e Ele, mais do que ninguém, quer sempre o meu bem (o nosso). Se Ele crê que sou capaz de suportar essa cruz, – e cada um tem a sua – nem de longe pretendo desprezar a Sua confiança a mim conferida. Alguém quer fazer um teste comigo? Pois eu garanto que um dia irei dar uma palestra e/ou escrever um livro sobre a minha experiência.

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