Feliz e muito agradecida! *_*

Esta semana foi intensa e eu estou em êxtase de tão grata ao Universo, digo, a Deus, a Natureza, a Vida etc. Abaixo transcreverei minhas palavras escritas no meu diário outro dia, sim diário, comprei um singelo caderno pequeno do qual faço de diário desde quando tive aquele pequenino problema de saúde - denominado depressão - ocasionado no meu EX local de trabalho.

"Hoje é quinta-feira, 10 de abril de 2014. Estou tão ansiosa que acordei às 6h da manhã e o 'encontro' só começará às 09:30. Não tenho expectativas, não sei o que me aguarda, mas sei que a ansiedade tomou conta de mim desde que a psicóloga Alice contou-me sobre o grupo Ataxia Rio e consequentemente sobre o 'encontro'.

Estou aqui no CIAD aguardando conhecer outros irmãos, que como eu, têm a característica intitulada Ataxia Cerebelar. Sinto-me feliz pela oportunidade e muitíssimo grata ao universo. Demasiadamente grata, mais uma vez."

Enquanto esperava as pessoas chegarem, lia um livro (espírita) e tive a companhia de um casal que também iria ao 'encontro'. Jamais vou esquecê-los, pois foram as primeiras pessoas acometidas pela mesma enfermidade que eu conheci (pessoalmente).

A sensação de estar ali, naquele momento, foi mágica e por isso é impossível expressar por meio de palavras o que senti. Cada um de um jeito, pessoas novas, mais ou menos, senhores e senhoras. Homens e mulheres, famílias etc. Parentes ausentes. Cada um num estágio. Todos amigos ali reunidos por um laço de afinidade difícil de detalhar. Uns aposentados, outros não. A maioria alegre, feliz, apesar dos obstáculos. Cadeira de rodas. Engasgo. Andadores. Fala tipicamente disártrica. Quase não vi tremores, porém vi muita fraqueza física e por isso a ajuda. Eu era a mais jovem! a única que a cabeça tremia. rs Vi muito! Ouvi e aprendi. Não senti medo, tampouco dor. Graças a Deus ouvi o "start" e novamente acordei para a vida.

Quando conheci a Dra. Alice, psicóloga do Hospital Graffé Guinle, aonde farei o Teste de DNA, disse à ela que não queria contato com outras pessoas que portam tal característica, visto que as achava deprimentes etc - cabe dizer que até então só conhecia duas pessoas atáxicas (via internet) e que o que encontrara sobre a Ataxia Cerebelar não me agradara. But... Existe vida além da Ataxia! rsrs É óbvio que há os altos e baixos, momento deprê, nervosismo etc, mas eu vi motivação e senti uma energia positiva, otimista e acolhedora. Em especial da minha nova amiga Lilian Alves, uma das responsáveis pelo Grupo. 

"Hicla Curvelo, não fique triste nós estamos com você na luta, vem nos conhecer.Lá trocamos ideias e vemos que juntos tudo fica mais fácil, não se isole,participa com agente e ficará mais animada." 

Tive uma belíssima manhã e tomei uma decisão pra lá de importante. Quem está comigo, please, aguarde a cena dos próximos capítulos. 

Digo a todos que eu não sou pessimista, mas, sim, realista. O futuro somente a Deus pertence, mas eu não posso olvidar que a Ataxia é degenerativa. Ainda não há cura, embora eu me sinta curada em muitos momentos. =) Outro dia me senti maravilhada, pois conforme habitual comprei um mate (com menta, meu preferido) no Megamate a caminho da aula de Yoga e por um momento, não lembro o motivo, necessitei segurar o copo com a mão direita - quem convive bem comigo sabe que eu quase não uso essa mão, muito menos para segurar um copo frágil - e para meu deleite ela não estava tremendo, ou seja, eu fiquei andando e rindo ao me ver segurar um copo - quase vazio, quando a minha dificuldade é maior - com a mão direita. Eu falava sozinha e sorria tanto por algo tão simples de tão besta para uns.. Ah! e quando fiz o ásana (posição) da Postura do Guerreiro Virabhadra 2 (Virabhadrasana II) sem dificuldade e o principal, com os braços estendidos sem tremerem. Nossa! que alegria. Nem havia notado. Minha professora foi quem me atentou com um largo sorriso de orgulho.

E para completar, o IBC (Instituto Benjamin Contant) liga dizendo que posso fazer o curso Aspectos Educacionais sobre Surdocegueira, que começa em maio. Uau!!!!!!! Tipo, eu estava na lista de espera. Faz ideia de como fiquei? Comecei a dançar e dar gritinhos embalados à palmas dadas num volume baixo, parecia uma louca no trabalho quando recebi a ligação. Ainda bem só havia um colega no setor, que aliás entendeu a minha alegria quando contei que era o primeiro passo para a realização de um sonho.