jueves, julio 30

Grito de mãe

Aqui escrevo em forma de desabafo. Gostaria de gritar bem alto, colocar em som a minha dor, o meu estresse, a minha raiva; mas, não posso, e nem quero, tampouco consigo. Às vezes falo gritando quando estou muito nervosa, mas isso não é comum e nem com todos. Enfim, prefiro e necessito escrever e assim arrancar de mim esses sentimentos ruins, que por hora prejudicam mais é o meu pequeno pãozinho – já que por hora ele depende totalmente de mim. Sempre que possível busco o relaxamento após a tempestade e coloco um som relaxante para o meu amor – bem pertinho da minha barriga, pois o papai Raphael disse que através do fone de ouvido o meu amor maior não ouve.
Queria dizer que às vezes sinto-me cansada por demais, além das discussões – dos atritos – com a minha mãe, pois enquanto a nossa casa está se preparando para nos receber, precisamos ficar morando ainda com ela. O nosso relacionamento sempre foi conturbado e era visível que ambas chegavam ao limite pois ansiavam pela individualidade liberta – ela e eu -, mas no momento está mil vezes pior. Tudo bem que estou irritadiça, sensível demais e a flor da pele, mas além das mágoas por ela não entender que agora eu não estou sozinha ainda tem pessoas, ditas amigas preocupadas, que não satisfeitas de darem suas opiniões sobre o MEU parto, me magoam ao opinar criticamente de forma abusiva, palpitar sobre um momento MEU e do MEU filho(a).
Eu sempre quis ter parto normal, mesmo antes de saber que podia engravidar e que estava grávida. O fato do pai do meu filho também querer e me apoiar é um adicional extremamente aliviante e seguro. Nós três, mas principalmente eu e meu bebê, estamos muitíssimo seguros, pois temos nossa doula querida, que me dá todo o suporte necessário. Sim, EU escolhi receber o meu amor maior num hospital público. Para tal, estou fazendo o pré-natal também no Posto de Saúde perto da casa da mamãe. Escolhi, e o meu companheiro concordou e aceitou, acolher o nosso pãozinho no Hospital Maria Amália, pois o mesmo é referencia em partos normais e humanizados – conforme meu sonho – e a nossa doula tem conhecimento lá. Todavia, temos o plano B, que é ter num hospital particular onde o meu plano de saúde cobre. Sim, ainda iremos, LÓGICO e EVIDENTE, visitar as duas maternidades, a fim de melhor conhecermos e fazer todas as perguntas necessárias. E ainda temos (tenho) o plano C caso não seja viável as outras opções. Entretanto morro de medo de uma cesariana e não vejo o parto normal como anormal da forma como muitas mulheres influenciáveis veem. A mídia influencia de forma maciça a ideia impositiva de Cesária. É lógico que se houver algum problema na gestação e na hora do parto, a cesaria acontecerá. Eu não sou sadomasoquista, tampouco carrasca, se passar da hora, caso saiba que meu filho esteja sofrendo dentro de mim, etc., DE FORMA ALGUMA PERMITIREI QUE TAL SITUAÇÃO SE PROLONGUE, se meu bebezinho fizer suas primeiras fezes dentro de mim É EVIDENTE QUE EU NÃO PERMITIREI QUE ELE POSSA ASFIXIAR E ASSIM CORRER ALGUM RISCO. SÓ PORQUE EU SOU MÃE DE PRIMEIRA VIAGEM E FAÇO QUESTÃO DE UM PARTO TRANQUILO, NORMAL E HUMANIZADO NÃO QUER DIZER QUE EU SEJA RETARDADA AO PONTO DE NEGAR QUE FAÇAM UMA CIRÚRGIA EM MIM CASO REALMENTE NECESSITE. Eu sou louca, porém no bom sentido, jamais, digo, J A M A I S DEIXARIA (DEIXAREI) MEU PÃOZINHO SOFRER SEM NECESSIDADE. Olhando para mim a minha cara diz o quanto sou imbecil e infeliz ao ponto de permitir que meu primogênito venha ao mundo de forma sofrida, triste, traumática, fria e infeliz? NÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Sendo assim, please, me deixem em paz. Nos deixem em paz. Cala-se! Se não tem nada importante e benéfico para dizer, então, não diga. EU SOU MÃE DESSA CRIANÇA. É DENTRO DE MIM QUE ELA ESTÁ. SOU EU A ÚNICA A DAR O SUCULENTO SEIO CHEIO DE VIDA A ELE. Se você já pariu, você então já teve o seu momento, sinto informar que sua experiência já passou; caso não seja mãe, então também se cale e espere a sua dádiva. A partir de hoje não mais permitirei que nada nem ninguém abale a minha paz, estrague tal momento único de gerir uma vida.

 30/07/2015

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