lunes, agosto 27

Paciência inteligente


Considerando todas as virtudes humanas, a mais bela e difícil de ser praticada – só suplantada pelo perdão - é a paciência. Mas, precisamos distinguir que há dois tipos de paciência: a paciência inteligente e a paciência insensata. A primeira é positiva e a segunda, negativa.

A paciência inteligente, como quase todas as virtudes, não é uma dádiva  - é uma conquista, uma realização. Apesar de seus resultados serem altamente benéficos para o realizador, este, geralmente, não se ufana dessa virtude; mesmo por que ela se manifesta quase sublimemente, ocultando-se e diluindo-se em si mesma. Ela mantém uma estreita relação com a humildade verdadeira.

Na realidade, o ser humano paciente é um forte e, normalmente, poreja sabedoria. “SABER-QUERER-OUSAR-CALAR” é o seu leme e a sua bússola, escudando-se neste ensinamento de Vauvenargues:  “O paciente pode ousar tudo”. 

O cultor da paciência inteligente sente compaixão tanto por aqueles que usam a paciência insensata, como pelos impacientes a displicência e ao entorpecimento, retardando ou travando o seu processo evolutivo. O paciente é conduzido à precipitação e ao descontrole, dando-lhe a falsa impressão de que vai chegar à meta mais depressa. Mero engano! A realidade nos mostra o contrário.

A propósito, nos diz Leopardi: - “A paciência é a mais heróica das virtudes, justamente porque não tem nenhuma aparência de heroísmo”. 

Ovídio nos ensina: “Leve se torna a carga quando carregada com paciência”.

Vauvernargues, já citado, nos esclarece: “A Paciência é a arte de ter esperança”. 

Por essas e muitas razões, que seria longo enumerar, devemos cultivar, com amor e carinho, como se fora uma frágil plantinha, esta maravilhosa virtude, que é a paciência inteligente. Ela nos dá força e coragem para suportar e compreender as asperezas da vida material. Observamos, com tristeza e piedade, os que praticam a paciência insensata ou impaciência. [...]


Escrito por Hilário Simão Benchimol    

Extraído de:

Jornal Verologia

Edição XXVIII Nº 349 e 350
Artigo referente a Janeiro e Fevereiro de 2002






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