domingo, septiembre 22

20 de set.

Sinto-me ser corroída pouco a pouco. As aflições doentias de ontem ficaram no passado, a dor e as reflexões em forma de grito ficaram presas na garganta, suprimidas pelos calmantes, que não mais me fazem ver elefante rosa no céu, mas que ainda é a minha cura ansiolítica para suportar animada a minha carga temporária que quiçá vença no voo do vento.
Ora noites sem dormir, insônia da qual até então desconhecia, outras horas o cansaço desumano e incontrolável me vence. Durmo até de olhos abertos - parece até que meu espírito vai em direção ao seu chamado, desligo-me temporariamente, para poder renovar minha persistência -, sinto minha vida ser consumida lentamente. Minhas energias evaporaram no suor ofegante que se perdeu no mar. O mesmo mar que secou minhas lágrimas que perderam-se naquela vastidão vaga do olhar, olhar meu.
Com tudo isso, porém, sigo a caminhar com resiliência resignada nos passos ora frágeis, ora volúveis mas firmes e corajosos. Com olhos de Poliana que insistem em sonhar mesmo em meio a esses intemperes impermanentes. Pois olvidaram que eu sei voar e que aprendi a ressurgir das cinzas sempre que necessário.
Olhando por fora, complacidamente me vejo mais madura e paciente, apesar dessa ansiedade angustiante de fugir. Posso ouvi-los serenamente e calo-me humilde e atentamente.



"Bem aventurados os que choram, porque serão consolados. [...]" (São Mateus, cap. V, v .4, 6 e 10)

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