domingo, noviembre 30

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APRENDENDO A PARAR. A era em que vivemos é a era da velocidade. Tudo acontece rápido demais. Não temos tempo para pensar em nada: a vida simplesmente nos engole com suas pressões sociais, laborais e familiares. Ou nos adaptamos, ou enlouquecemos. Adaptar-se, nesse caso, significa aprendermos a parar.

Embora tenhamos aprendido muitas coisas na escola, nunca nos ensinaram a parar. Parar é uma maneira de refletir e assimilar tudo o que aprendemos, ficando mais receptivos para podermos avaliar de maneira mais positiva e justa qualquer empreendimento que nos propusermos. Para o yogi, parar é o que vem antes do samadhi, a realidade luminosa que está além do samsara.

Parar é um gesto de respeito e amor por nós mesmos. Ao mesmo tempo, é um ato de generosidade em relação àqueles com quem convivemos. Se nossa alma ficar mais harmoniosa, essa harmonia irá refletir-se à nossa volta.

Cultivar o ato de parar conscientemente equivale a viver a vida como uma jornada, uma aventura de descobertas. Mas, se não soubermos parar conscientemente, nosso corpo irá parar sozinho, através de uma doença ou um acidente.

Parar é essencial se quisermos manter a felicidade e a sanidade nos dias de hoje. Todo o mundo está procurando a felicidade; alguns, procuram até a imortalidade; mas quase ninguém sabe o que fazer num sábado chuvoso. Assim, a arte de viver fica sepultada sob as pressões que a sociedade impõe ao indivíduo Nas palavras de H. D. Thoreau, 'a vida se mede, não pelo número de anos que passamos na Terra, mas pelo que usufruímos'.

Parar tem a ver igualmemente a ver com nossos valores mais íntimos. Se não soubermos parar, seremos vítimas fáceis do consumismo. Se não soubermos parar, acabaremos achando que vestir aquela griffe é tudo o que precisamos para ser felizes ou que usar aquele cartão de crédito pode resolver nossos problemas emocionais.

Pedro Kupfer

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