Minha amiga pediu que eu escrevesse algo para colocar visivelmente para quem conhece e participa do Ataxia Rio, então aqui vai o Ctrl + C e Ctrl + V:
Se a memória
não falha, foi aos 20 anos que soube ter Ataxia Cerebelar. Lembro que naquela
época eu entrei num profundo luto, admito, pois “de repente” saber ser
considerada deficiente física e ter uma síndrome ainda pouco conhecida e sem
cura não foi fácil. Contudo, como o grande psicólogo Carl G. Jung afirma: “Quem
olha pra fora, sonha; mas quem olha para dentro, acorda.” E quando eu
acordei... Acredito que minha vida se divide em duas fases: antes e depois da
descoberta. Sou outra pessoa, digo que minha característica é a minha benção.
Já sofri muita discriminação; preconceito, só conhece o gosto quem sente na
pele. Já ouvi coisas absurdas, mas os anos me ensinaram que paciência é a arte
de se libertar de cargas emocionais dispensáveis para manter o estado de paz.
Deus não nos dá uma cruz maior do que a que podemos carregar/suportar. Sou
muitíssimo feliz e grata a Ele. Fiz um blog, há algum tempinho, e nele me
proponho a tratar do quanto o nosso emocional/psicológico influencia o físico. Nunca
me envergonhei da minha “característica”, nem quando pessoas da minha vida se
envergonham dela. Alguns amigos, ditos preocupados, já me aconselharam a buscar
a cura (de várias maneiras), porém humildemente as escuto calada orando que a
Natureza tenha misericórdia de tanta “estupidez”. Digo estupidez não por mal,
mas é que embora até o momento não exista cura para nós portadores de Ataxia
Cerebelar, há muito me considero curada; todavia tal cura é totalmente
diferente daquele que muitos creem. Confio tanto no meu Pai e minha fé é tão
inabalável que acredito ser especial, realmente especial. Claro que às vezes
sinto medo e me pergunto o que e como será amanhã, mas a vida é tão bela, tão
mágica etc., mesmo apesar das mazelas que vemos e ouvimos ao nosso redor, que
tenho esta vida como presente e tal presente deve ser vivido intensamente no
aqui e agora. A vida é feita de escolhas e eu escolhi viver o hoje. Faço Yoga
há alguns anos, há poucos meses, voltei a praticar Tai Chi Chuan e essas duas
artes me completam tanto que não tenho tempo para perguntas. Estudo demasiado,
sou minha própria psicóloga e tenho esperança de que logo estarei exercendo a
profissão que tanto sou enamorada, a Psicopedagogia. Antes, pensava (em um dia)
mostrar a todos que sou capaz, entretanto, aprendi que eu não preciso mostrar
nada a ninguém. Como diz minha amiga Lilia Alves, “não perco mais tempo com
bobagens”.
No hay comentarios.:
Publicar un comentario