martes, agosto 26

Grande democracia a nossa! precisar escolher entre tantos candidatos de... o menos pior.

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Fiscais do TRE fecharam Centro Cultural Anthony Garotinho, em Campos - Pedro Kirilos / Agência O Globo
CAMPOS (RJ) e RIO — Fiscais dos Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio e de Campos lacraram ontem o Centro Cultural Anthony Garotinho, em Campos dos Goytacazes, por determinação de Daniela Barbosa Assumpção, coordenadora de Fiscalização do estado. O GLOBO denunciou na edição de domingo que o local era usado para a distribuição de enxovais para bebês pelo candidato do PR, inclusive durante a campanha. Em nota, Francisco Pessanha, advogado do ex-governador, disse que vai recorrer da decisão.
Nesta segunda-feira, enquanto a fiscalização lacrava o local (o processo durou três horas), quatro senhoras apareceram na tentativa de buscar o kit com fraldas, roupas, lençóis e banheira. Uma delas foi a agricultora Maria Ribeiro, de 82 anos.
— Eu vim pedir fraldinha para o meu bisneto que vai nascer agora. Estou passando necessidade, não tenho como trabalhar. Minha neta tem 15 anos e está grávida de nove meses — disse Maria, que afirmou que as notícias sobre a doação “correm de boca em boca”.
— Como está na época de campanha, a gente fica por dentro. Mas se eu não ganhar o enxoval eu não voto nele. Mas ainda tenho esperanças — completou a lavradora, que mora numa casa do Morar Feliz, projeto da prefeitura de Campos.
'NÃO HÁ SUSTENTAÇÃO'
Em nota divulgada por sua campanha, o advogado de Garotinho afirma que “não há nenhuma irregularidade no Centro Cultural Anthony Garotinho”. Diz ainda que “não há sustentação o argumento da juíza de que a placa de entrada faz apologia ao nome do candidato, pelo fato de que o Centro Cultural existe desde 2007, e se destina a preservar a memória de sua trajetória na vida pública, independentemente de campanha eleitoral”. O ex-governador, na última sexta-feira, disse ter orientado a suspensão da distribuição dos enxovais, que integram o projeto social “Obra no Berço”, depois do começo da campanha eleitoral. E que desconhecia que a distribuição continuava.
O TRE, também em nota, afirmou que a decisão de fechar o centro foi para “prevenir práticas assistencialistas”. A decisão foi tomada pela juíza depois de denúncia anônima de que, na propaganda eleitoral no rádio, em 20 de agosto, uma mulher agradecia o enxoval doado pelo candidato. “Além disso, Garotinho foi notificado para retirar referências a seu nome do local, mas descumpriu a ordem”, disse o TRE. Caso seja comprovado que a distribuição ocorreu no período eleitoral, Garotinho pode responder por compra de votos. O relatório vai ser enviado ao Ministério Público Eleitoral.
Enquanto os fiscais estavam dentro do Centro Cultural, uma outra senhora, que se identificou como Natália, também ficou frustrada por não poder pegar o kit.
— O que está acontecendo? Estão fechando? Eu vim de longe para pegar o enxoval. Devia ter vindo na semana passada — comentou.
O centro cultural funcionava na Rua Gil de Góis, ao lado do Centro de Referência de Tratamento da Mulher, que trata de gestantes.
Muitas mulheres que procuravam o local recebiam a indicação da unidade da prefeitura, comandada pela mulher do candidato, Rosinha Garotinho. Dez integrantes da fiscalização do TRE do Rio fecharam 18 entradas do centro, entre janelas e portas. Até o letreiro com o nome de Garotinho foi retirado com a ajuda de cinco bombeiros de quartel de Campos. A operação começou por volta de meio-dia e terminou às 15h.
Funcionários do centro trataram a equipe do GLOBO com hostilidade, expulsando do local e ameaçando quebrar a máquina e o celular da equipe, por causa das imagens. Advogado que se identificou apenas como Wiliam disse que recebeu ordens para não falar sobre a ação da fiscalização. No último dia 16, fiscais do TRE apreenderam cem fraldas e cadastros com nomes de grávidas e datas de parto no centro cultural.
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MAIS UMA SERVIDORA SURGE EM DOCUMENTOS
Entre os documentos apreendidos pelo TRE, no último dia 16, no Centro Cultural Anthony Garotinho, aparece o nome de uma segunda servidora pública. Como O GLOBO informou no domingo, o de Samara Soares Rodrigues, nomeada por Rosinha Garotinho no dia 4 de dezembro do ano passado como coordenadora do Centro de Referência e Assistência Social da prefeitura de Campos, aparece em guias de encaminhamento para o centro cultural. Consta também dos autos o nome de Marlene P. Santana, assistente administrativa da Unidade Básica de Saúde Fazendinha. Procurada, a prefeitura da cidade do Norte Fluminense voltou a informar que não se pronunciaria sobre o caso, por se tratar de um “questionamento político”.
A presidente Dilma Rousseff virá ao Rio na quarta-feira para cumprir agenda ao lado de Garotinho (PR). A agenda foi acertada com Giles Azevedo, que comanda a campanha à reeleição da petista. Garotinho levará Dilma ao restaurante popular Getulio Vargas, em Bangu, Zona Oeste da cidade. Os restaurantes populares, que servem refeições a R$ 1, são marca da gestão de Garotinho como governador. O encontro aconteceria há duas semanas, mas foi desmarcado por conta da morte de Eduardo Campos. Garotinho será o segundo candidato ao governo a posar com Dilma no Rio. No dia 24 de julho, a presidente participou, ao lado do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), de um jantar com prefeitos peemedebistas na Baixada Fluminense.


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